Páginas Ampliadas

Capítulos da carreira profissional de Edvaldo Pereira Lima



Atenção, senhores leitores! Segurem-se em seus assentos, que começará a decolagem na carreira de uma das maiores referências do jornalismo literário brasileiro. À direita, poderão encontrar um breve documentário sobre sua vida e trajetória profissional. Intercalados com o texto, há trechos da entrevista em áudio, com explicações sobre a literatura da realidade e o new journalism. Sejam bem-vindos a bordo!

Nada como um comunicado de voo para introduzir Edvaldo Pereira Lima, um amante da aviação, que, por uma miopia aos 15 anos – e para a sorte do jornalismo –, deixou o sonho das aeronaves para embarcar no mundo da comunicação.

- Testando, testando o gravador do Rafael.

Tudo pronto. A poltrona lateral da biblioteca na USP deu lugar a ele. Ao lado, uma mesa baixa com dois apoiadores de livro que mostravam algumas de suas obras. À sua frente, a câmera já usava o primeiro quarteto das doze pilhas utilizadas para captar o entrevistado. Provavelmente, o casal que passava abraçado ao fundo do vídeo não sabia que ali estava o autor do livro “Páginas Ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura”, um marco na história do jornalismo literário no Brasil. 

O jornalismo literário é talento ou incorporação técnica?


Mas muito antes de sua careira pousar no sucesso, Edvaldo precisou superar a timidez da infância para se decidir entre seus dois maiores interesses: a escrita e o sonho de ser aviador. E foi em sua passagem por Três Marias, Minas Gerais, onde morou no início de sua adolescência, que o fez tirar seu passaporte para o jornalismo.

Encantado pelas reportagens literárias da Revista Realidade – principal veículo brasileiro do estilo na época –, a comunicação parecia inevitável. Tanto que, aos 13 anos, bateu na porta da casa do então prefeito Flávio Ferreira – que fora jornalista na capital mineira – e, por um impulso, decretava o seu futuro em uma frase: “Eu vim te entrevistar”.

Isso se completou durante a escala que sua vida fez na Costa Rica, aos 17. Quando morava com um casal de americanos, teve a oportunidade de escrever crônicas do cotidiano em inglês, no jornal para a colônia americana do país. No ano seguinte, viveu nos Estados Unidos e testemunhou a efervescência dos movimentos de contracultura e o auge do new journalism, que ligaram ainda mais suas turbinas para o jornalismo literário. 

- Nessa fase, eu me encantei muito com Tom Wolfe. Truman Capote menos. E gostei muito do Gay Talese também. Só que, com o tempo, eu iria inverter. Eu considero que o Gay Talese é o meu ídolo no jornalismo literário.

Características do new journalism.


Porém, ao voltar para o Brasil, a espera pelo vestibular na área de comunicação o fez optar pelo curso de Turismo, o qual intercalava com trabalhos em empresas de aviação e contatos com escritores, para ir direto ao mestrado e ao doutorado em Ciências da Comunicação e, só posteriormente, a graduação em Jornalismo.

Com o passar do tempo, a vida profissional de Edvaldo tomou duas rotas: crescer como jornalista de turismo e aviação; e começar sua carreira acadêmica. Mas a segunda decolou mais que a primeira.  

O que é mais importante para o jornalismo literário: o fato ou o cenário?

Livro de reportagens sobre aviação, escrito por Edvaldo Pereira Lima


Edvaldo Pereira Lima orientou projetos de mestrado e doutorado – como a “Jornada do Herói”, tese de Monica Martinez, que aperfeiçoou a pesquisa feita por Edvaldo sobre psicologia e mitologia na literatura da realidade – e criou o curso pioneiro de pós-graduação em Jornalismo Literário – até 2013 pela Associação Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL), onde foi um dos fundadores, e posteriormente por sua empresa “EPL – Educação, Comunicação e Desenvolvimento Humano”.

Professor-aposentado da Universidade de São Paulo e criador de conceitos como Escrita Total e Jornalismo Literário Avançado, Edvaldo inova o estilo da literatura de não-ficção a cada check-in feito na profissão. 

Jornalismo literário e a internet: é interessante para o público?


Equipe

Bruno Bertonzin

@b_bertonzin

Rafael Barbosa

@rafabarbosa_jor

Rebecca Botelhos

@reebotelhos