As principais obras do
new journalism e do jornalismo literário brasileiro em ordem
cronológica
New journalism
Revista The New Yorker (1925)
Fundada em 1925, a revista foi o principal veículo de divulgação do novo
estilo jornalístico literário de produção de reportagens na década de 60.
Próxima a completar um século de fundação, ainda mantém o estilo como carro-chefe
de suas publicações.
Revista Esquire (1933)
Fundada em 1933, com o público-alvo voltado para os homens. Dentro do
seu seguimento, também foi responsável na divulgação e consolidação do
new journalism. Publicou textos de Norman Mailer, Truman Capote e
Gay Talese.
"Hiroshima" (1946) - John Hersey
Foi publicado pela primeira vez em uma única edição da revista The New
Yorker, do dia 31 de agosto de 1946. Posteriormente, a reportagem foi convertida
para uma edição em livro.
*Anterior à década do
new journalism, mas considerado o predecessor do movimento que
viria anos mais tarde.
"O Segredo de Joe Gould" (1964) - Joseph Mitchell
Em 1942, Joseph Mitchell publicou, na The New Yorker, um perfil sobre
Joe Gould, um maltrapilho que dizia estar preparando uma obra: História
oral nosso tempo. Ele faleceu em 1957, e o livro nunca foi encontrado.
Após sete anos de sua morte, Mitchell escreveu “O Segredo de Joe Gould”,
revelando o mistério por trás de Joe.
"A Sangue Frio" (1965) - Truman Capote
Capote esperou a conclusão da sentença dos assassinos para começar a redigir
a reportagem. Sua obra foi lançada seis anos depois que o crime ocorreu.
"Hell's Angels" (1966) - Hunter Thompson
Hunter se infiltrou na gangue de motociclistas Hell’s Angels por um ano.
Relatou os problemas com a polícia e o envolvimento dos membros na contracultura
da época. Foi responsável por inaugurar o jornalismo gonzo, em que o profissional
se insere na realidade que pretende retratar.
"Os Exércitos da Noite" (1967) - Norman Mailer
Essa obra – que relata a marcha pacifista, ocorrida em Washington, contra
a Guerra do Vietnã – ganhou os principais prêmios literários da época:
o Pulitzer, o National Book e o da Universidade de Long Island. Porém,
como ativista, participou da marcha e acabou sendo preso.
"O Reino e o Poder" (1969) - Gay Talese
O livro relata os bastidores do jornal norte-americano The New York Times
e o relaciona com vários momentos históricos da humanidade, como a Primeira
e a Segunda Guerra Mundial, o nazismo, o naufrágio do Titanic e o assassinato
do presidente Kennedy.
"O Super-Homem Vai ao Supermercado" (1969) - Norman Mailer
Reunião de quatro artigos sobre as convenções políticas presidenciais
dos EUA, na década de 60. Segundo analistas, a imagem de “herói” que Mailer
configurou de John F. Kennedy contribui para sua vitória na corrida presidencial
de 1960.
"Radical Chic" (1970) - Tom Wolfe
A expressão “Radical Chic” – que dá nome ao livro e a uma das reportagens
– é usada por Wolfe para descrever as posturas radicais e esnobes da alta
sociedade. O texto trata sobre racismo, na década de 60 nos EUA, por meio
do encontro da elite branca do país e os ativistas negros do movimento
Black Panthers.
"Honra Teu Pai" (1971) - Gay Talese
O livro relata a vida da família Bonanno, uma das maiores da máfica siciliana.
Talese aproximou-se de Bill Bonanno, filho de Joe Bonanno, em um dos juris
que a família passava e perguntou se um dia poderia escrever um livro sobre
sua vida. Depois de muito tempo, foi convidado para jantar com Bill e o
advogado, para iniciar a escrita do livro.
"The New Journalism" (1973) - Tom Wolfe
O livro reúne textos de jornalistas que fizeram parte da corrente do New
Journalism, como Truman Capote, Hunter J. Thompson, Norman Mailer, dentre
outros. O objetivo de Wolfe era exemplificar o novo estilo jornalístico
literário além de firmar a expressão “new journalism”.
"Fama e Anonimato" (1973) - Gay Talese
Reunião de reportagens escritas na década de 60, publicadas na Revista
Esquire e The New Yorker. Dentre elas, um dos perfis mais famosos escrito
pelo autor: “Frank Sinatra está resfriado”.
"A Luta" (1975) - Norman Mailer
Mais que retratar a maior luta de boxe do século XX, Mailer traz um debate
político e ideológico da década de 70. Deu origem ao filme “Quando éramos
reis”, de 1996, que traz depoimentos do autor do livro.
Jornalismo literário brasileiro
"Os Sertões" (1902) - Euclides da Cunha
O livro retrata a Guerra de Canudos (Bahia, 1896-1897). Euclides foi convidado
pelo jornal O Estado de São Paulo para cobrir a fase final do conflito
como correspondente de guerra. Não presenciou o desfecho da guerra – foi
embora quatro dias antes – mas, durante cinco anos, reuniu material suficiente
para escrever a obra.
Revista Realidade (1966)
Fundada em 1966 pela Editora Abril, a Realidade foi pioneira em implantar
o jornalismo literário em suas publicações: grandes reportagens escritas
com profundidade, intenso trabalho de campo e pesquisa, e recursos literários.
Apesar de ter sido produzido por apenas uma década, Realidade foi um marco
na imprensa brasileira do século XX.
Jornal da Tarde (1966)
Idealizado por Mino Carta, a primeira edição do foi lançada em 1966. A
proposta foi da família Mesquita, de O Estado de S. Paulo, que desejava
criar um veículo diferente do tradicional, focado na cultura e comportamento
da época, e foi influenciado pelo
new journalism dos Estados Unidos. Em 2012, após 46 anos, o jornal
deixou de circular.
"O Gosto da Guerra" (1969) - José Hamilton Ribeiro
José Hamilton Ribeiro foi o único correspondente de guerra brasileiro
no Vietnã. Esta reportagem – publicada na Revista Realidade – originou
seu primeiro livro. Ele descreve a guerra e relata a perda de uma perna,
após pisar em uma mina terrestre.
"A Ilha" (1976) - Fernando Morais
Numa época de Regime Militar no Brasil e relações rompidas do país com
Cuba, Fernando Morais desembarca no território de Fidel Castro a fim de
relatar sua vivência, que durou três meses. Acusado de defender a Revolução
Cubana, o livro de Morais foi apreendido em dois estados. “A Ilha” teve
traduções na Europa e nos Estados Unidos.
"Rota 66" (1992) - Caco Barcellos
Após muita pesquisa, 4.200 é o número que Caco Barcellos identificou de
jovens delinquentes assassinados pela Polícia Militar do Estado de São
Paulo. O lançamento do livro não agradou diversos coronéis da PM. Por conta
disso, o jornalista passou uma temporada no exterior.
"Páginas Ampliadas" (1993) - Edvaldo Pereira Lima
Obra acadêmica referencial do campo do jornalismo literário. Ela explica
características do livro-reportagem, da literatura da realidade e do
new journalism.
"A Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista" (2003) - Joel Silveira
Apesar de ser lançado em 2003, o livro reúne textos com narrativas literárias
produzidas por Joel Silveira na década de 40. O texto que dá nome ao livro
relata o casamento da filha do conde Francisco Matarazzo Júnior com João
Lage, em 1945.
"Abusado" (2003) - Caco Barcellos
O livro relata a 3ª geração do Comando Vermelho. Ela foi responsável por
levar o CV ao comando do tráfico de drogas nos morros do Rio de Janeiro.
Caco teve acesso à quadrilha e conheceu o interior das bocas de cocaína.
"A Vida Que Ninguém Vê" (2006) - Eliane Brum
O livro reúne as 21 melhores histórias de vida publicadas nas edições
da década de 90 na coluna “A Vida Que Ninguém Vê”, do jornal Zero Hora,
de Porto Alegre. A obra recebeu o Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007,
na categoria “Melhor livro-reportagem”.
"Jornalismo Literário" (2006) - Felipe Pena
Referência teórica do jornalismo literário brasileiro. O autor contextualiza
o estilo e seus movimentos - como o
new journalism, o jornalismo gonzo e o "novo jornalismo novo" - e
apresenta gêneros textuais como a biografia, o romance-reportagem e a ficção
jornalística.
Revista Piauí (2006)
Apesar de o idealizador da revista – João Moreira Salles – não ressaltar
publicamente o gênero, a Piauí é referência na prática do jornalismo literário
desde a sua primeira publicação, em outubro de 2006.
"O Olho da Rua" (2008) - Eliane Brum
O livro traz dez entrevistas realizadas pela repórter Eliane Brum, publicadas
na revista Época, entre os anos de 2003 e 2007.
"Jornalismo Literário para Iniciantes" (2011) - Edvaldo Pereira Lima
Obra de introdução ao jornalismo literário, feita por uma das maiores
referências do país. Com conteúdos históricos e atuais, Edvaldo Pereira
Lima traz um panorama desse segmento.
Revista Realidade (1966)
Fundada em 1966 pela Editora Abril, a revista Realidade foi pioneira em
implantar o jornalismo literário em suas publicações: grandes reportagens
produzidas com profundidade, intenso trabalho de campo e pesquisa e recursos
literários. Apesar de ter sido produzido por apenas uma década, Realidade
foi um marco na imprensa brasileira do século XX e foi a primeira experiência
da Abril em revistas de informação geral.
Jornal da Tarde (1966)
Idealizado por Mino Carta, a primeira edição do foi lançada em 1966. A
proposta foi da família Mesquita, de O Estado de S. Paulo, que desejava
criar um veículo diferente do tradicional, focado na cultura e comportamento
da época, e foi influenciado pelo
new journalism dos Estados Unidos. Em 2012, após 46 anos, o jornal
deixou de circular.
"O Gosto da Guerra" (1969) - José Hamilton Ribeiro
José Hamilton Ribeiro foi o único correspondente de guerra brasileiro
em solo vietnamita. A produção dessa reportagem – para ser publicada na
Revista Realidade – originou o seu primeiro livro. Além de descrever o
dia a dia da geurra, traz o relato de seu acidente que resultou na perda
de uma perna, após pisar em uma mina terrestre. Ribeiro acompanhava o colega
fotógrafo Shinamoto, que, mesmo com seus trabalhos encerrados, ainda não
tinha sua foto de capa. E em uma das regiões mais perigosas da guerra,
ele a conseguiu: o próprio Hamilton ferido.
"A Ilha" (1976) - Fernando Morais
Numa época de Regime Militar no Brasil e relações rompidas do país com
Cuba, Fernando Morais desembarca no território de Fidel Castro a fim de
relatar sua vivência, que durou três meses. Acusado de defender a Revolução
Cubana, o livro de Morais foi apreendido em dois estados. “A Ilha” teve
traduções na Europa e nos Estados Unidos. Permaneceu por mais de 60 semanas
na lista de mais vendidos.
"Rota 66" (1992) - Caco Barcellos
Após muita pesquisa, 4.200 é o número que Caco Barcellos identificou de
jovens delinquentes assassinados pela Polícia Militar do Estado de São
Paulo. O lançamento do livro não agradou diversos coronéis da PM. Por conta
disso, o jornalista passou uma temporada no exterior.
"Páginas Ampliadas: O livro-reportagem como extensão do jornalismo e da
literatura" (1993) - Edvaldo Pereira Lima
Obra acadêmica referencial do campo do jornalismo literário.
"A Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista" (2003) - Joel Silveira
Apesar de ser lançado em 2003, o livro reúne textos com narrativas literárias
produzidas por Joel Silveira na década de 40. O texto que dá nome ao livro
relata o casamento da filha do conde Francisco Matarazzo Júnior com João
Lage, em 1945.
"Abusado" (2003) - Caco Barcellos
O livro relata a 3ª geração do Comando Vermelho. Ela foi responsável por
levar o CV ao comando do tráfico de drogas nos morros do Rio de Janeiro.
Caco teve acesso à quadrilha e conheceu o interior das bocas de cocaína.
"A Vida Que Ninguém Vê" (2006) - Eliane Brum
O livro reúne as 21 melhores histórias de vida publicadas nas edições
da década de 90 na coluna “A Vida Que Ninguém Vê”, do jornal Zero Hora,
de Porto Alegre. A obra recebeu o Prêmio Jabuti de Reportagem em 2007,
na categoria “Melhor livro-reportagem”.
"Jornalismo Literário" (2006) - Felipe Pena
Description
Revista Piauí (2006)
Apesar de o idealizador da revista – João Moreira Salles – não ressaltar
publicamente o gênero, a Piauí é referência na prática do jornalismo literário
desde a sua primeira publicação, em outubro de 2006.
"O Olho da Rua" (2008) - Eliane Brum
O livro traz dez entrevistas realizadas pela repórter Eliane Brum, publicadas
na revista Época, entre os anos de 2003 e 2007.
"Jornalismo Literário para Iniciantes" (2011) - Edvaldo Pereira Lima
Obra de introdução ao jornalismo literário, feita por uma das maiores
referências do país. Com conteúdos históricos e atuais, Edvaldo Pereira
Lima traz um panorama desse segmento.
Fundada em 1933, com o público-alvo voltado para os homens. Dentro do
seu seguimento, também foi responsável na divulgação e consolidação do
new journalism. Publicou textos de Norman Mailer, Truman Capote e
Gay Talese.
"Hiroshima" (1946) - John Hersey
Foi publicado pela primeira vez em uma única edição da revista The New
Yorker, do dia 31 de agosto de 1946. Posteriormente, a reportagem foi convertida
para uma edição em livro.
*Anterior a década do
new journalism,mas considerado o predecessor do movimento que viria
anos mais tarde.
"O Segredo de Joe Gould" (1964) - Joseph Mitchell
Em 1942, Joseph Mitchell publicou, na revista The New Yorker, um perfil
sobre um maltrapilho chamado Joe Gould. Apesar de mendigo, Gould dizia
que estava preparando uma obra: História oral nosso tempo. Ele faleceu
em 1957 e o livro que, supostamente, escrevera nunca foi encontrado. Após
sete anos de sua morte, Mitchell escreveu novamente para as páginas da
The New Yorker, “O Segredo de Joe Gould”, revelando o mistério por trás
de Joe.
"A Sangue Frio" (1965) - Truman Capote
Capote esperou a conclusão da sentença dos assassinos para começar a redigir
a reportagem. Sua obra foi lançada seis anos depois que o crime ocorreu.
"Hell's Angels - Medo e Delírio sobre Duas Rodas" (1966) - Hunter Thompson
Hunter se infiltrou na gangue de motociclistas Hell’s Angels por um ano.
Relatou os problemas com a polícia e o envolvimento dos membros na contracultura
da época. Foi responsável por inaugurar o jornalismo gonzo, em que o profissional
se insere na realidade que pretende retratar.
"Os Exércitos da Noite" (1967) - Norman Mailer
Essa obra – que relata a marcha pacifista, ocorrida em Washington, contra
a Guerra do Vietnã – ganhou os principais prêmios literários da época:
o Pulitzer, o National Book e o da Universidade de Long Island. Porém,
como ativista, participou da marcha e acabou sendo preso.
"O Reino e o Poder" (1969) - Gay Talese
O livro relata os bastidores do jornal norte-americano The New York Times
e o relaciona com vários momentos históricos da humanidade, como a Primeira
e a Segunda Guerra Mundial, o nazismo, o naufrágio do Titanic e o assassinato
do presidente Kennedy.
"O Super-Homem Vai ao Supermercado" (1969) - Norman Mailer
Reunião de quatro artigos sobre as convenções políticas presidenciais
dos EUA, na década de 60. Segundo analistas, a imagem de “herói” que Mailer
configurou de John F. Kennedy contribui para sua vitória na corrida presidencial
de 1960.
"Radical Chic" (1970) - Tom Wolfe
Além de caracterizar as técnicas e explicar a corrente literária New Journalism,
Tom Wolfe também traz algumas de suas reportagens para o livro. A EXPRESSÃO
“Radical Chic” – que dá nome ao livro e a uma das reportagens – é usada
por Wolfe para descrever as posturas radicais e esnobes da alta sociedade.
O texto trata sobre racismo, na década de 60 nos EUA, por meio do encontro
da elite branca do país e os ativistas negros do movimento Black Panthers.
"Honra Teu Pai" (1971) - Gay Talese
O livro relata a vida de uma das maiores famílias da máfia siciliana,
a família Bonanno. Talese acompanhava um dos muitos júris que a família
participava. Aproveitando da pausa do julgamento, aproximou-se de Salvatore
“Bill” Bonanno, filho de Joe Bonanno, e perguntou se um dia poderia escrever
um livro sobre sua vida. Não obteve resposta. Talese começou a enviar cartas
para o seu advogado, Krieger. Depois de muito tempo, foi convidado para
jantar com Salvatore e o advogado. Expôs a ideia e deu início a escrita
do livro.
"The New Journalism" (1973) - Tom Wolfe
O livro reúne textos de jornalistas que fizeram parte da corrente do New
Journalism, como Truman Capote, Hunter J. Thompson, Norman Mailer, dentre
outros. O objetivo de Wolfe era exemplificar o novo estilo jornalístico
literário além de firmar a expressão “new journalism”.
"Fama e Anonimato" (1973) - Gay Talese
Reunião de reportagens escritas na década de 60, publicadas na Revista
Esquire e The New Yorker. Dentre elas, um dos perfis mais famosos escrito
pelo autor: “Frank Sinatra está resfriado”.
"A Luta" (1975) - Norman Mailer
Mais que retratar a maior luta de boxe do século XX, Mailer traz um debate
político e ideológico da década de 70. Deu origem ao filme “Quando éramos
reis”, de 1996, que traz depoimentos do autor do livro.